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Projeto promove sexo seguro de um jeito bem diferente

(Getty Images)

Nenhum adolescente sai correndo pra transar porque conversou sobre sexo. Assim como nenhum deles deixa de se desenvolver sexualmente porque pai/mãe disseram “você não tem idade pra essas coisas”. Nenhum deles deixa de ter experiências eróticas porque a escola avisou que sexo “dá pereba e filho indesejado”. Quer você queira ou não, quer você finja que nada está acontecendo ou não… os jovens estão em fase de descobertas (do próprio corpo e dos outros) e botando em prática suas curiosidades.

Basear a educação sexual nos temas “doenças sexualmente transmissíveis” e “gravidez precoce” é ridiculamente insuficiente. Um exemplo corriqueiro nas palestras que dou para essa molecada: eles acreditam que oral e anal não são “sexo de verdade” – e, portanto, praticam sem proteção. Perguntam coisas que esbugalhariam os olhos dos ~cidadãos de bem~, do tipo “faz mal engolir esperma?” ou “por que toda mulher gosta que goze na cara?”. Sim, eles estão ~aprendendo~ com a sacanagem online. Que bela professora, hein? Só que não.

Chegamos a um dilema: a educação sexual convencional não é realista nem desperta a atenção deles; a pornografia não é segura e passa mensagens erradas. Uma organização britânica de saúde sexual criou o projeto Pleasure (“Prazer” em inglês) para promover o sexo seguro como algo prazeroso – não com uma abordagem negativa e só associada a doenças. Ajuda escolas a adotar esse approach, assim como dá consultoria para produtoras pornôs sobre como introduzir a camisinha nos vídeos de um jeito sexy.

Em vez de usar a tática comprovadamente ineficaz de amedrontar os jovens, a ideia é conscientizar “focando nas razões pelas quais as pessoas querem fazer sexo: satisfação, desejo e prazer”. Erotizar o preservativo, sempre visto como ruim/incômodo/broxante na prática está entre as estratégias do Pleasure. No final de 2016, eles ofereceram cerca de R$ 800 para que casais se deixassem filmar fazendo sexo com camisinha em ambientes como repúblicas de estudantes e dentro do carro.

Insanidade? Absurdo? Depravação? Suzanne Noble, porta voz da campanha, disse ao jornal The Independent que uma universidade de Londres patrocinou o lance todo com o objetivo de “testar os métodos mais efetivos para garantir que os jovens usem preservativos”. Apenas um pequeno grupo de jovens terá acesso ao conteúdo explícito por meio de um link privado – e suas reações / impressões serão analisadas por estudiosos. Enquanto tem gente bradando contra a “imoralidade”, tem gente empenhada em mudar de forma efetiva o comportamento sexual de risco. Sem hipocrisia.

***Este post foi originalmente publicado na coluna da Nath no Yahoo.

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