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Dedo podre: você sempre escolhe as pessoas erradas?

(Foto: Pixabay @Unplash)

A trilha sonora da sua vida é aquele famoso pagodão do Molejo “Não era amooooor / era cilada”? Você tem certeza que existem imãs embaixo da sua pele capazes de aproximar, entre sete bilhões de pessoas no mundo, apenas as piores? Rola uma identificação com o meme “Tô fazendo origamis com meu papel de trouxa”? Aceitou porque dói menos e já tá brindando suas lágrimas em taças de cristal?

Semanas atrás assisti à peça Dedo Podre, em que a atriz Nívea Stelmann encena com bom-humor histórias reais de sua “vida amorosa falida” (palavras dela). Só quem ri dos próprios dramas – e faz rir – realmente os superou. Saí pensando se tudo não passa de coincidência e azar mesmo; se é carma e obra do destino; se a vítima tem uma parcela de “culpa”. Por que o tal do indicador sempre aponta a direção errada?

Caso você acredite em falta de sorte: 1. Dane-se ou 2. Torça pra que o próximo match do Tinder ou o carinha do trabalho com quem você anda saindo te valorize e respeite. Se você aposta que Deus escreve certo por linhas tortas, que está pagando pelos vacilos de encarnações passadas ou é só uma questão de Mercúrio se alinhar com sei-lá-o-quê… Sugiro 1. Fé e Santo Antônio de ponta cabeça; 2. Sessões de passes e tratamento espiritual; 3. Taróloga e jogo de búzios.

Desconfio de outra coisa – não me odeie pelo que vem a seguir! Talvez você esteja presa a alguns padrões de comportamento sem sequer perceber. É um jeito repetitivo (até compulsivo) de agir diante de situações parecidas. Por exemplo, se você tem baixa autoestima, suas expectativas / exigências em relação aos outros podem ser igualmente baixas. Quando conhece ou se envolve com alguém, costuma “ser escolhida” em vez de “escolher”. Fica com aquela sensação de #gratidão tipo ~nossa, o que ele viu em mim?~.

Então ~tudo bem~ ele te esconder dos amigos e da família, não responder mensagens e ligações, ser autocentrado etc. Você não cobra porque “vai que ele foge” ou você “não encontra nada melhor” ou fica sozinha enquanto “todas as amigas se arranjaram”. Outro clássico é você só ver o que quer. Fantasia o parceiro, minimiza seus defeitos e atitudes mesmo que a galera ao redor te alerte. O que configura relacionamento abusivo, pra você, significa prova de amor. Seu ex não era assim e você se sentia menos desejada / importante?

Também tem aquela história do desafio. A necessidade de provar que a pessoa vai ficar de quatro por você. O pegador, o canalha, o casado. Ou aposta todas as fichas que o atual namorado vai te pedir em casamento, ainda que ele esteja claramente te enrolando ou já tenha avisado que não quer se comprometer nesse nível. Daí o plano não sai como esperado e qual seu pensamento imediato? “Tenho dedo podre”. Ou quando você não segue a sua intuição, algo que te diz lá no fundo coisas como “ele é gay”; “quer se aproveitar da minha condição financeira”; “tem um jeito agressivo” etc.

Atração costuma ser um troço arrebatador, irracional e inexplicável. Mas o que a gente faz a partir dela é, sim, uma escolha. E essa escolha tem muito a ver com as nossas experiências anteriores, com a forma como a gente se vê e vê o mundo. Antes de responsabilizar o outro ou o universo pelos relacionamentos que te trouxeram sofrimento / frustração, analise a sua mão – porque o dedo podre está nela. Como foi que ele apodreceu? O que você pode fazer para recuperá-lo e não contaminar os demais?

*A quem interessar, a peça que inspirou essa coluna está em cartaz até o dia 18 de maio no Teatro Porto Seguro (São Paulo). Quartas e quintas, às 21h.

***Este post foi originalmente publicado na coluna da Nath no Yahoo.

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