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45% acham necessário controlar parceiro – quanta inocência…

(Getty Images)

“Ciúme é um sentimento inútil: não impede o outro de te trair”. Não sei onde li essa frase, mas ela me veio à cabeça quando soube que 45% dos brasileiros comprometidos acreditam ser necessário controlar o (a) parceiro (a). A pesquisa realizada pelo Instituto Quantas ouviu 802 pessoas maiores de 16 anos, moradores das nove principais regiões metropolitanas do país. Três quartos dizem já terem sofrido controle, enquanto 67% admitem já terem exercido.

Que a tecnologia piorou a vida dos neuróticos – ou melhorou, dependendo do ponto de vista – é evidente. Duas décadas atrás era preciso contratar um detetive pra seguir os passos do (a) amado (a) e farejar indícios de infidelidade. Seja lá o que você considere infidelidade. Porque, pra alguns, flagrar conversando com o sexo oposto é motivo de treta e término de relacionamento… Agora, ah, agora é possível economizar fuçando as redes sociais.

Você se acha esperto pra cacete porque decorou a senha do Facebook dele (a), leu todas as mensagens privadas e excluiu ~suspeitos~? Parabéns. Pega o celular enquanto ele (a) toma banho pra vasculhar ligações? Ó, quase Sherlock Holmes! Proíbe de frequentar happy hour com coleguinhas da firma, de sair pra jogar bola / ir ao cinema sem você? Puxa, baita estratégia. Regula o tamanho do decote / a quantidade de perfume? Analisa faturas do cartão de crédito? Rastreia a localização por aplicativos de GPS? Que mais você faz? Sabia que isso se chama relacionamento abusivo?

Ainda não inventaram um chip de leitura cerebral capaz de enviar SMS cada vez que seu amorzinho pensar em outro (a), flertar discretamente ou sorrir diante de uma investida. Pior: e se imagina a (o) ex enquanto transa contigo?Torço pra que eu e você não estejamos vivos até lá. Será o estopim da próxima Guerra Mundial. Porque, a julgar pelas pesquisas, nenhum controle consegue efetivamente impedir uma traição. Você pode descobrir, o que é bem diferente de impedir.

Além disso, 60% dos brasileiros infiéis nunca foram pegos no pulo (nem depois dele), de acordo com um levantamento do site de encontros Second Love. Gente dotada do mais baixo QI desenvolve artimanhas. Desde criar e-mails e redes sociais secretas / paralelas a pagar motel em dinheiro numa escapada do expediente ou durante o horário do almoço. A não ser que você tenha 1) grudado seu corpo ao dele (a) com Super Bonder no estilo siameses; 2) acorrentado a criatura ao pé da cama; 3) acredite em pôneis voadores… É estúpido achar que o (a) controla de verdade.

Não sei você, caro (a) leitor (a), mas eu não suporto a ideia de ter alguém ao meu lado por obrigação ou porque se sente mais vigiado que participante do Big Brother. Se está comigo que seja por livre-espontânea-diária escolha. “Sua corna mansa!”. Achou uma mina mais interessante por aí? Pô, que pena, não há nada que eu possa fazer a não ser chorar-sentir-saudade-ficar-puta e seguir com a minha vida. Isso não é “menos amor” pelo outro. É mais amor por mim. E a realidade dos fatos. Talvez eficiente mesmo seja gastar esse tempo que você passa na tentativa de controlar o (a) namorado (a) trabalhando a sua insegurança num divã.

***Este post foi originalmente publicado na coluna da Nath no Yahoo.

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