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Sexo na rede

Por Thiago Costa*

Você leu esse título e já pensou: “hoje é dia da Nathalia postar um daqueles textos picantes”. Desculpa, podemos até ter alguma picância daqui para frente, mas o título sacana (e com duplo sentido) foi só para tentar te trazer até aqui. Essa, aliás, é uma das táticas que muito site usa por aí para te atrair a mundos e submundos sexuais. Enfim, não sou a Nathalia, mas vou falar de sexo (claro!). Porém, não de posições para brincar na rede da varanda no fim de tarde e sim da grande rede de computadores, nossa querida internet.

A relação é direta. Sites de pornografia deram início à web comercial. Apenas recentemente o tráfego dessas páginas foi superado. Quem as ultrapassou foram as redes sociais. Que é para onde as pessoas vão atrás de conhecer outras em busca de, adivinhe? Sexo. Um estudo da Socialnomics mostra em que nos EUA, 1 em cada 5 casais hétero se conhece na web, número que aumenta para 3 em cada 5 quando se trata da população gay. E que 1 em cada 5 divórcios tem como motivador o uso do Facebook pelo parceiro.

Ou seja, se ainda não mudou diretamente a forma de se fazer sexo, a internet e as demais plataformas que derivam dela já estão completamente conectadas à nossa forma de nos relacionarmos com o outro. E é inegável: o sexo está tão presente em nossa vida, em nosso subconsciente, que qualquer novidade midiática rapidamente é adaptada ou usada diretamente para a diversão adulta.

Exemplo recente são as novas gerações de videogames que, ligadas à web, já trazem novidades interessantes. Um dos primeiros testes feitos por usuários no X-BOX One, da Microsoft, foi ver se o seu navegador dava suporte ao PornHub, que é simplesmente um dos maiores site de vídeos pornôs do mundo. Os próprios donos do PornHub comemoraram. Já no PS4, da Sony, há uma câmera integrada que permite aos usuários gravarem suas experiências enquanto jogam. Imagina no que isso se tornou… As pessoas começaram a deixar as câmeras ligadas em suas salas, em uma brincadeira chamada “The Playroom”, em que convidavam pessoas a assistir suas peripécias sexuais, pelo videogame. Vouyers de todo mundo começaram a formar fila em lojas de eletrônicos.

Brincadeiras à parte, o vouyerismo é uma das práticas que mais ganhou força com o advento da web e das demais tecnologias digitais. Resultando até em casos extremos como o da Fran, extensivamente comentado neste espaço. Aplicativos como o Lulu, também visto por aqui, dão um pouco da trilha de como as pessoas estão se relacionando com o sexo e a internet. Vivemos tempos de exposição extrema, que leva ao perigo da comparação excessiva. Perigo sim, porque antes rapazotes e moçoilas já compartilhavam (para usar o verbo mais web dos últimos tempos) suas peripécias com os amigos, que eram reduzidos a um grupo de quatro ou cinco pessoas mais próximas. Hoje, pela rede, muito facilmente, esse número se transforma em quatro ou cinco milhões. E quem não queria ter a intimidade compartilhada se vê sem defesa.

Você pode até não confessar que visita sites com vídeos pornôs, mas a audiência crescente dessas páginas indica que muita gente está ali dando a sua olhadinha, como diria o Bial. E lá é possível identificar como os vídeos de gente “normal” são os que mais crescem em número. E o mais preocupante é a idade de quem aparece ali. É gente velha o bastante para não ser mais pedofilia, mas nova demais para terem noção das consequências daquele ato. Estamos criando uma geração de pessoas que já encara o sexo como mais uma coisa a ser compartilhada e avaliada por quantidade de “curtir” recebidos. Mas, como muito bem nos ensina a blogueira dona deste belo espaço, sexualidade é algo muito mais complexo e que precisa ser cuidado – e com carinho. Não é possível pensar no impacto na vida adulta de quem, já no seu início sexual, se vê tendo que lidar com comentários de todo tipo.

Se um adolescente se incomoda por não andar com a roupa da moda, que dirá em receber um selo de “trepa mal” logo de cara. Não há resposta fácil. Mas a realidade hoje é essa. O caminho é saber que as coisas estão assim e pensar, discutir, sabendo que é fato consumado: as redes sociais apimentaram um pouco mais um prato que já era bem temperado. Se vamos sair daí satisfeitos ou com uma tremenda indigestão vai depender, essencialmente, do quanto dele vamos comer. Quanta ardência você aguenta na rede?

*** Thiago Costa é professor de comunicação e coordenador do curso de Comunicação em Mídias Sociais da FAAP, que está com matrículas abertas para uma nova turma, que se inicia em março. Para saber mais sobre o curso, clique aqui. Ele garante que relacionamentos na rede estarão na pauta das aulas. 😉

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Comentários
  • É Thiago… o sexo na rede não está tão distante não… estou acompanhando as novidades (sou proprietário de sex shop)… Já tem um produto (ainda não tenho em minha loja) que traz a experiência do sexo pela internet… chama-se Love Palz… veja um vídeo de como funciona… http://www.youtube.com/watch?v=wjF5D85R-UY

    Não vejo a hora de testar isso… a dúvida é… quem fizer sexo virtual com esse aparelho está traindo???

    22 de janeiro de 2014
    • Uau, Nando! Que loucura. Já havia ouvido falar e lido sobre esse tipo de equipamento, mas é a primeira vez que vejo um vídeo.

      Sensacional!

      E se é traição? Bom, depende de com quem você está fazendo, não é mesmo? 😉

      22 de janeiro de 2014
  • Este vídeo explica melhor ainda… http://www.youtube.com/watch?v=EexGCPszyho

    22 de janeiro de 2014
  • “Sites de pornografia deram início à web comercial”.

    Só lembrei desse vídeo aqui

    1 de fevereiro de 2014

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