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Resultado da pesquisa: “Com que frequência você faz sexo?”

Cena do filme "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" (1977).

Cena do filme “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977).

Há uma passagem maravilhosa do filme “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977). Num consultório psicanalista, o personagem de Woody Allen se queixa sobre a frequência sexual. Diz que ele e sua noiva “quase nunca” transam – apenas “três vezes na semana”. A câmera então mostra a mulher em outra sala, respondendo a mesma pergunta. Ela também está insatisfeita: “Constantemente. Três vezes por semana”. Trágico ou cômico? Eu diria que a gente ri quando está na tela do cinema… não entre as nossas quatro paredes.

A cena do descompasso entre os casais sobre a quantidade de sexo reflete a realidade. Primeiro porque, salvo algumas exceções, a maioria das mulheres quer menos. E maioria dos homens quer mais. Isso tem a ver com a diferença da libido masculina e feminina, como já expliquei aqui. Em segundo lugar, porque rola um misto de curiosidade e angústia pra saber se estamos dentro da “normalidade”. A gente sempre acha que os outros estão trepando infinitamente e gozando sem problemas. Só que não.

Um estudo do Ministério da Saúde, em 2008, revelou que 11% das pessoas que mantinham um relacionamento estável não tinham tido relações sexuais no período de UM ANO. Aliás, o Google divulgou recentemente que uma das maiores buscas é pelo termo “casamento sem sexo”. Na “Durex Global Survey Sex”, realizada em 2014 com mais de mil pessoas, 82% dos brasileiros declararam transar ao menos uma vez por semana. Honestamente, pela minha experiência em palestras e pelos e-mails que recebo, tendo a desconfiar desse número. O povo costuma exagerar pra cima nas pesquisas e na mesa do bar.

Data Pimentaria (2015) sobre frequência sexual teve 600 respondentes.

Data Pimentaria (2015) sobre frequência sexual teve 600 respondentes.

Mês passado, 600 leitores do Pimentaria participaram de uma pesquisa online e anônima sobre o assunto – 78% deles namoram, moram juntos ou estão oficialmente casados. Dois dados me chamam atenção no quadro geral: somente 9,5% fazem sexo mais de quatro vezes por semana; 26,7% transam duas vezes por mês ou menos. E praticamente SEIS EM CADA DEZ pessoas não estão felizes com a frequência sexual! Deixei um espaço para que eles explicassem os motivos. A esmagadora maioria disse coisas como: “falta tempo”, “estou sempre tão cansada”, “quase nunca tomo a iniciativa”, “temos filhos pequenos”, “diminuiu quando passamos a morar sob o mesmo teto”, “mudanças hormonais”.

Daí você me bota na parede: “Nath, cacete, mas o que seria ideal?”. Nenhum casal tem que se ajustar pelas estatísticas, mas às necessidades de ambos. Entende? Não existe um padrão internacional que diga “olha, sua relação tá uma bosta porque você fornica uma vez a cada quinze dias”. Acho que a gente precisa perguntar não o quanto é “normal”, mas se estamos SATISFEITOS com a frequência que temos. E isso depende muito da idade, do tempo de relacionamento e do momento que você está vivendo. Por exemplo, é altamente provável que uma pessoa com filhos pequenos ou numa fase profissional estressante veja seu desejo e sua disposição para o sexo diminuir.

Fundamental é ter intimidade suficiente para conversar com o(a) parceiro(a) sobre a vida sexual. Se pra você tá bom uma vez por mês e, para o outro, três vezes por semana… Bem, vocês têm um problema e precisam chegar num meio termo – talvez uma vez por semana? E vamos parar com aquele lance de que sexo precisa ser sempre espontâneo. Funciona assim no começo, quando a paixão ainda controla nosso tesão. Depois, como prega minha guru Esther Perel, o negócio é reservar um tempo para namorar. A gente investe tempo, dinheiro e esforços pra tantos aspectos da nossa rotina… Pra fazer pós, depilação, encontrar as amigas, almoçar com a família etc. Por que não marcar um dia sagrado na agenda pra relaxar e gozar?

***LEIA MAIS:

– Esther Perel, especialista em inteligência erótica, conta como transar mais no casamento

– Fogo precisa de ar – ou por que você não transam mais

– Desejo, Excitação e Orgasmo – o que acontece no corpo de homens e mulheres

– “Só uma vez por semana não dá!”

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Comentários
  • Estou adorando teus textos, muito sinceros e verdadeiros, eu procuro me trabalhar na terapia para melhorar neste aspecto e sei que é um exercício do dia a dia… realmente acredito que investir tempo e dinheiro no meu relacionamento com meu parceiro e amor, vale a pena!!! Um grande abraço, continuarei lendo… obrigada!

    19 de outubro de 2015
  • Eu e minha esposa passávamos por problemas parecidos. Eu tinha muita vontade enquanto ela não. Mas hoje vivvemos uma vida sexual super ativa.

    Não há nada mais frustrante quando o apetite sexual da parceira começa a acabar.

    Parabéns pelo artigo.

    8 de novembro de 2015
  • Durmam em quartos separados debaixo do mesmo teto e o problema desaparece.A auto-imposição dos dois,marido e mulher,dormirem na mesma cama de casal todos os dias gera o desinteresse sobretudo do homem pela mulher.Acrescente-se a isso tudo o desejo
    homossexual reprimido que só se sente realizado tendo relação erótica com o corpo de outro homem,pois eroticamente falando um ho
    mem se sente incompleto diante de um corpo de mulher.É claro que não é todo corpo de homem que satisfaz a outro homem.Um homem
    se relaciona sexualmente com uma mulher para ter filhos o resto é conversa fiada pra boi dormir

    4 de março de 2016
  • Concordo plenamente com esse ótimo texto. Vou confessar uma coisa… no início da minha relação eu quase não tinha vontade de transar com o meu parceiro. Mas com o passar do tempo eu fui entendo mais da vida e as coisas hoje em dia estão ótimas. Rsrsrs Bjs!

    18 de junho de 2016
  • Excelente texto. O sexo é super importante para um relacionamento saudável. Não que esse seja a única coisa e talvez nem a mais importante, mas é essencial para a manutenção de um casamento que perdure por décadas. E, assim como foi dito, é importante também o casal se acertar para chegarem a um comum acordo da quantidade de vezes que fazem sexo em um determinado período.

    3 de outubro de 2017

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