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“Perder a admiração é mau sinal”, diz terapeuta de reality sobre casais em crise

A terapeuta de casais Ana Canosa (Divulgação / Fox Life)

O gastador, o machista, o mulherengo, o explosivo, o agressivo, o vagabundo, o ausente, o workaholic. Oito maridos cujo comportamento levou suas respectivas esposas a considerar seriamente o fim do casamento. No reality show “Escola para Maridos”, que estreou em setembro no canal pago Fox Life, casais brasileiros toparam expor seus conflitos e sua intimidade. Assisti aos dois primeiros episódios e, putz, é de uma autenticidade desconcertante.

Ao lado do ator Luigi Baricelli, a psicóloga/sexóloga/terapeuta de casais Ana Canosa conduz várias dinâmicas em frente às câmeras: emoções à flor da pele, os casais quebram o pau, choram, despejam mágoas, se surpreendem, se percebem e tentam se reconquistar. Visto assim, de longe e pela tela da tv, algumas reações e alguns perfis soam absurdos e/ou estereotipados. Não porque sejam de fato, mas porque geralmente temos dificuldade de nos enxergar e sacar que, talvez, aconteça a MESMA COISA dentro das nossas relações.

O ator Luigi Baricelli e a terapeuta Ana Canosa comandam o reality com dois assistentes, Diana Bouth e Felipe Solari (Divulgação / Fox Life)

– Você acha que as pessoas casam e mudam (a ponto de gerar brigas e divergências gritantes) ou, na verdade, o casamento é que faz a gente conhecer de verdade alguém?

ANA – A convivência mútua no casamento é que nos faz conhecer realmente o outro na sua intimidade e nas suas emoções, assim como a nós mesmos. O cotidiano gera inúmeras emoções nas pessoas e a gente vai aprendendo, vendo como o outro lida com elas. Agora, a relação pode ser destrutiva ou gerar sentimentos que a própria pessoa não conhecia em si mesma. A gente vai se expressando e se conhecendo a vida toda, e nem sempre é fácil conviver e se ajustar às novas facetas que as personalidades vão revelando. Nos conhecemos e nos reconhecemos no mundo através da experiência com o outro.

– Quais os sintomas de um casamento que está falindo ou faliu?

ANA – Perder a admiração pelo outro, por exemplo. Ou a falta de intimidade, quando você se sente emocionalmente afastado do outro. Mas depende também de como você entende o casamento: você pode ser super companheira do seu parceiro, mas perder o tesão. Para algumas pessoas, perder o tesão não dá, é insuportável pra manutenção do casamento. Para outras, não. Isso acontece muito no que a gente chama de casamentos fraternos, em que ambos viram amigos e não tem atividade sexual – ou não veem o sexo como prioridade, não se importam de não ter sexo tão ativo como antes. O inverso também acontece: casais em que a falência parte da falta de companheirismo ou do sentir que o outro não está comprometido com a relação. Não existe uma regra para todos.

– Na vida real, não dá pra mandar um marido pra escola. Talvez pra uma terapia de casal. Mas não funciona se o cara não tiver interesse em mudar, né? Não dá pra forçar ninguém a ser o que a gente espera…

ANA – Mais importante do que o desfecho de uma terapia de casal é a intenção do indivíduo em enxergar as necessidades de ambos, entender o que está acontecendo com o outro, consigo mesmo e o que podem fazer pra continuar esse casamento ou não. A pessoa se disponibilizar para o processo, mostrando “tô aqui e quero entender o que está acontecendo com a gente”, é mais do que meio caminho andado.

– Você acredita que essa experiência, para além do entretenimento como reality show, realmente mudou a vida desses casais? Sei lá, a ideia de separação foi embora?

ANA – Tenho certeza que o programa foi muito importante pro casais porque eles se perceberam muito. Nenhum deles tinha passado por um processo terapêutico e, embora o programa não seja um, tem muita vivência emocional envolvida. Mesmo que a separação venha, o programa vai fazendo você perceber como o parceiro entende as suas necessidades – nega, briga? Vai entendendo o quanto o outro está disposto a mudar a relação. Mesmo que eles decidam se separar, fica mais claro pra ambos que não conseguem dar andamento a esse casamento de maneira satisfatória e feliz.

– Alguma situação durante as gravações te chocou, te emocionou, te desafiou enquanto psicoterapeuta?

ANA – Me emocionei várias vezes durante o programa porque sei o quanto é difícil as pessoas se exporem, descobrimos detalhes da vida dos casais que não sabíamos, eles se abriram muito no processo… A minha maior dificuldade foi lidar com agressividade, tivemos uma situação violenta, mas conseguimos contornar. Saí com a sensação de dever cumprido, de conciliar e ajudá-los a negociar. Assistir ao programa agora é só a cereja do bolo porque todo o trabalho intensivo havia sido feito antes.

***Este post foi originalmente publicado na coluna da Nath no Yahoo.

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Comentários
  • Sou fã do Pimentaria. Sempre dou uma passada aqui para ver oque está rolando. Pretendo assistir a Escola para Maridos. Parabéns. Um beijo.

    27 de outubro de 2016

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