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Pau pra qualquer obra

É triste a vida do pau. Grande, pequeno, grosso, fino, duro ou mole. Aconteça o que acontecer, o mundo exige dele que mantenha a cabeça em pé. O querido jornalista João Luiz Vieira*, editor do site de sexualidade Pau pra qualquer obra, recebeu e-mails de dois pênis refletindo sobre esse dilema existencial e compartilhou com a gente.

Meu nome é Pau Grande.
Tenho dimensões dignas de nota: 23 centímetros de comprimento, 15 centímetros de diâmetro. Um assombro, espetáculo mesmo. As veias que me circundam estão quase sempre dilatadas, gritando por mim, especialmente quando eu me empolgo com alguém. Tanto faz homem ou mulher, gosto de me exibir, mostrar o tamanho de minha escultura. Às vezes chego a ser aplaudido e fotografado. Mas corro de paparazzi, só tiro a roupa para público reduzido: seis no máximo.

Não é fácil ficar ereto, confesso. Não é culpa minha. O sangue, coitado, tem muito trabalho comigo. Ele até tenta, mas não consegue me levantar por muito tempo. Não me zango com ele. Sou forte, pesado, denso. Homens me adoram. Sou másculo, rijo e preencho todos os espaços que eles têm disponíveis. Quando forço um pouco a barra, porém, eu os machuco. Eles gritam, sangram, sofrem por minha causa. Acredito que sou um pouco sádico.

Mulheres já se operaram por conta de minha presença física. Acho lamentável quando isso acontece. O problema é que minhas estocadas podem ferir a parede do útero das moças e elas preferem a mim que ao útero, que só serve para carregar menino e chora todo mês. Isso, claro, é o que elas defendem quando pretendem radicalizar. Eu até gosto do útero, um querido.

Se fosse uma cidade eu seria o Rio de Janeiro. Linda, expressiva, masculina. Não muda muito de temperatura, está sempre na medida para ser apreciada e sabe que tem mais atributos que a maior parte da concorrência. Não é que eu esteja exatamente insatisfeito, mas já pensei em ser o Pau Pequeno. Assim teria menos recusas de gente assustada. Sim, há quem chegue perto de mim e só ao se deparar comigo já peça um táxi.

É triste ser Pau Grande às vezes.”

 

Meu nome é Pau Pequeno.
Tenho dimensões que me constrange comentar, mas vamos lá, preciso desabafar: 13 centímetros de comprimento, sete centímetros de diâmetro. Um horror. As veias que me circundam são tão fininhas que quase não as encontro. Estão sempre se distraindo pelos testículos, conversando com os espermatozoides. Quando aviso que me empolguei elas chegam bem preguiçosas, como se chegando da praia, mas depois ficam por lá, apreciando a vista.

Tanto faz homem ou mulher, gosto de gente, mostrar o quanto sou legal, divertido e criativo. Às vezes chego a ser aplaudido e fotografado por causa do meu humor e do meu talento. Sim, preciso compensar meu tamanho com uma performance acima da média, superior mesmo. Os paparazzi nem me percebem no início, mas é só saber de mim pelos outros que eles descobrem minha real identidade. Sabe aquele Clark Kent sem graça? Na cama ou em qualquer lugar que tiver uma brecha, viro Super-Homem, aponto para o infinito por horas a fio. Levo quem está comigo às alturas.

Fico ereto com muita facilidade, e pode ser um problema para quem se cansa fácil. Não é culpa minha. O sangue, coitado, tem muito trabalho comigo. Ele até tenta, mas não consegue descansar por muito tempo. Dou uma, duas, três. Não me zango com ele. Sou intenso e focado. Nem todos os homens me adoram. Não sou másculo, rijo, nem preencho todos os espaços que eles têm disponíveis. Não chego a forçar a barra, nem os machuco. Eles só gritam de prazer, raramente sangram ou sofrem por minha causa. Acredito que sou um pouco masoquista.

Mulheres nunca se operaram por conta de minha presença física. Acho lamentável quando isso acontece. O problema é que minhas estocadas raramente chegam até a parede do útero das moças e algumas delas gostam de ter o útero preenchido. Até gosto dele, mas ele não serve mesmo para carregar menino e chorar todo mês?

Se fosse uma cidade eu seria São Paulo. A princípio feia, inexpressiva, camuflada. Muda muito de temperatura, mas está sempre na medida para ser apreciada e sabe que tem mais atributos que a maior parte da concorrência. Não é que eu esteja exatamente insatisfeito, mas já pensei em ser o Pau Grande. Assim teria menos recusas. Sim, há quem chegue perto de mim e só ao se deparar comigo já peça um táxi.

É triste ser Pau Pequeno às vezes.”

*João Luiz Vieira já escreveu para Época, Marie Claire, Quem Acontece, Folha, Estadão, Brasileiros, entre outros veículos. Fala de sexo desde os 5 anos. Brinca fisicamente com o assunto desde… deixa para lá. Por causa dessas inquietações existenciais sobre identidade, gênero e orientação, sempre se viu envolvido com esse tema cabeludo para muitos. 

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Comentários
  • HAHAHA muito legal! :)
    Um texto genial falando dos prós e contras de ter pau grande e pau pequeno.
    Parabéns João!

    16 de outubro de 2013
  • Genial mesmo!!!

    18 de outubro de 2013
  • 15cm de diâmetro? Não quer dizer circunferência?

    20 de outubro de 2013
  • Nuh, pensei a mesma coisa.
    Volta e meia leio isso, “x” cm de diâmetro. Mesmo que seja de circunferência, parece um exagero.
    Enfim, cadum cadum…

    21 de novembro de 2013

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