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Fingir orgasmo – ou por que não deveríamos atuar na cama

Digamos que você se embrenhou entre as pernas de outra pessoa, disposto(a) a proporcionar um sexo oral de tirar o fôlego (inclusive o seu). Embora esteja cara a cara com os genitais alheios, as preferências não são visíveis. Ninguém nasce com manual de “como usar” tatuado na virilha. Você faz o que acha que o outro vai curtir – guiado(a) pela intuição, pelas experiências sexuais anteriores, pelos conselhos de revistas e amigos(as), pela inspiração de todos os vídeos pornôs assistidos. E, idealmente, pelas instruções e reações daquele corpo. Língua pra lá, língua pra cá… até que você ouve uma respiração ofegante seguida de gemidos. Dois pensamentos te ocorrem na hora: “Mandei bem!” e “Preciso memorizar o passo a passo pra repetir sempre!”.

Fake News. Ela(e) não gozou de verdade! Segundo um estudo da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, sete em cada dez mulheres (68%) admitem ter fingido orgasmo pelo menos uma vez na vida. Talvez mais surpreendente seja a notícia (verdadeira) de que três em cada dez homens já fizeram o mesmo, de acordo com o médico e pesquisador em sexualidade Abraham Morgentaler, autor do livro “Why Men Fake it: The Totally Unexpected Truth about Men and Sex” (numa tradução livre, “Por que os homens fingem: a verdade inesperada sobre homens e sexo”). Considerando que as evidências do prazer masculino costumam jorrar, você deve estar se perguntando como eles conseguem, né?

Do mesmo jeito que as mulheres, aceleram a respiração, dão uns suspiros profundos, uns gemidos, se apertam e tremem inteiros. Caso estiverem de camisinha, tiram rápido e correm pro banheiro antes que se repare a ausência de sêmen pendurado. Se o sexo rolou desprotegido, dá pra disfarçar se a outra pessoa for meio desligada, se tiver meio escuro, se usaram algum lubrificante ou óleo etc. Até porque nem todo homem, em toda transa, jorra como se tivesse perfurado um poço de petróleo. Alguns tem uma ejaculação mais modesta e rala – especialmente se já ejaculou naquele dia. Se a dinâmica da fingida é fácil de explicar, os motivos que levam homens e mulheres a interpretar orgasmos na cama são variados e complexos.

Desconfio que o maior deles é “para não ferir o ego alheio”. Quanta gente altruísta! Por que não dizer simplesmente que “não tá rolando” ou pedir “faz assim e assado” ou assumir o controle da situação (por exemplo, se masturbando durante a penetração)? Quem finge não quer que o outro se sinta mal, culpado(a) ou ruim de cama por não fazê-la(o) gozar. Fico com pena também, mas das duas pessoas! Fingir é se preocupar mais com a autoestima da pessoa do que consigo. Já percebeu como é dar feedback errado, tiro no próprio pé? Você daria biscoito pro filhotinho de cachorro que fez xixi no sofá? Ou você o levaria ao local correto reforçando “Olha, é aqui, tá vendo?”. Não precisa xingar nem bater, apenas ENSINAR. Esperar que ele adivinhe pode ser bem mais cansativo.

Em 2015, uma pesquisa da revista americana Cosmopolitan com mais de 2 mil mulheres entre 18 e 40 anos apontou que 28% daquelas que já fingiram orgasmos queriam que o parceiro se sentisse bem; 27% fizeram isso para terminar a transa mais rápido, já que elas sabiam que não chegariam lá; 42% pelos dois motivos anteriores. Quer dizer, quando o sexo provoca tédio ou dor. Ou quando se desconcentrou pensando em sabe-se lá o quê e perdeu o tesão. Ou, ainda, porque raramente “chega lá” acompanhada (sozinha é mais garantido) e não quer “cortar o barato” da pessoa. Vale o mesmo para os homens-atores. O que realmente ganhamos quando perdemos tempo mentindo prazer? Precisamos combater também as fake news entre quatro paredes. Que todo mundo possa se expressar (e gozar) de verdade.

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*Foto: Unsplash

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