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DIU: como funciona e para quem é indicado

(Getty Images)

LARC é a sigla usada para os métodos contraceptivos reversíveis de longa duração, como o DIU (dispositivo intrauterino). Existem dois tipos: o DIU de cobre e o DIU hormonal (que é comercialmente conhecido como “Mirena”, marca que detém a patente). Como contracepção é um assunto controverso e que varia de mulher para mulher (cada caso é um caso), eu conversei com a ginecologista e especialista em sexualidade Karina Cidrim, que tirou dúvidas e explicou detalhes sobre cada um deles:

1)    Como funciona o DIU de cobre?

Karina Cidrim – É um dispositivo feito de silicone e uma pequena concentração de cobre, que fica bem posicionado dentro do útero e provoca uma reação inflamatória (como se fosse uma irritação, não chega a ser uma inflamação) na parede uterina e entrada das trompas. Fazendo isso, o DIU impede que aquele endométrio (camada de revestimento interno do útero) esteja propício para a gravidez, além de atrapalhar a entrada de espermatozóides. Os que conseguem chegar ao útero morrem pelo efeito do cobre, que tem propriedade espermicida, ou são incapazes de gerar interação com o óvulo.

2)    Como funciona o DIU Mirena?

Karina Cidrim – O Mirena é mais recente, surgiu há cerca de 15 anos. É o DIU com associação de progesterona, também chamado de DIU medicado, DIU hormonal ou SIU (sistema intrauterino). Nesse caso, a ação de contracepção é por meio da liberação diária do hormônio (como se a mulher estivesse tomando pílula anticoncepcional), que vai provocar ressecamento e espessamento do muco vaginal e tornar o endométrio mais fino, o que faz com que o útero não fique propício para uma gravidez.

3)    Como é feita a colocação do DIU?

Karina Cidrim O DIU (seja de cobre ou de hormônio) pode ser inserido com segurança no consultório médico ou mesmo logo após o parto (seja normal – quando o colo do útero está bem dilatado, o que facilita a inserção – ou cesariana, quando o útero da paciente está aberto). Se o colo do útero da paciente for mais fechado, é possível dilatá-lo para fazer a inserção (não precisa de cirurgia para abrir o útero) e, em último caso, usa-se anestesia e faz-se um internação hospitalar simples de apenas um dia para realizar o procedimento. É importante que se faça uma ultrassom para que o médico avalie o formato do útero, e que a paciente esteja em dia com o exame papanicolau, além de não apresentar infecções. O dispositivo fica dentro do útero e apenas um fiozinho é deixado do lado de fora, em contato com a vagina. A retirada do DIU também é feita pelo ginecologista.

4)    Quem pode ter um DIU?

Karina Cidrim – De forma geral, o DIU é uma boa opção para a mulher que tem certeza que quer passar um bom tempo sem engravidar (o de cobre dura até 10 anos e custa em médica R$ 100, e o hormonal tem duração de cinco anos e custa cerca de R$ 800). O DIU de cobre é adequado para quem não pode ou não quer usar hormônio por diversas razões (risco de trombose, câncer, intolerância à pílula anticoncepcional, etc). Vale lembrar que o DIU só previne contra a gravidez, portanto é muito importante combiná-lo com a camisinha para garantir a proteção também contra doenças sexualmente transmissíveis.

5)    Quais as desvantagens?

Karina Cidrim – Em relação ao DIU de cobre, há uma tendência a aumentar ofluxo menstrual, o que pode ser desagradável para aquelas mulheres que já possuem um fluxo intenso e duradouro (mas é um efeito contornável com o uso de antiinflamatórios, por exemplo). Já quanto ao DIU hormonal, o efeito é o oposto: muitas mulheres o colocam na esperança de ficarem cinco anos sem menstruar. Entretanto, isso só ocorre em 40% dos casos. O mais comum é que o fluxo diminua e a menstruação fique irregular. Além disso, o DIU hormonal tem todos os efeitos colaterais de qualquer método com hormônio, que vão desde alterações de humor, aumento de varizes, maior incidência de acne, ganho de peso, entre outros.

***Este post foi originalmente publicado na coluna da Nath no Yahoo.
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