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Como manter o desejo e o sexo num relacionamento longo?

(Getty Images)

“Nath, tenho 35 anos e estou casada há oito. Amo meu marido, nos damos super bem, mas nossa vida sexual tem me preocupado. Trabalhamos muito, vivo exausta e nosso tesão se desencontra. Quase nunca tô a fim quando ele me procura. O sexo é ótimo, só que virou uma coisa de duas vezes por mês – e olhe lá! Me sinto frustrada e acho que ele também porque no começo do nosso namoro não tinha hora nem lugar”

Nossa, dá pra escrever uma monografia como resposta. Ou um best-seller,como o maravilhoso “Sexo no Cativeiro”, de Esther Perel. Em vez de especular aqui se você tem baixa libido (queixa de seis em cada dez brasileiras nos consultórios ginecológicos e psiquiátricos) e se a causa é orgânica / emocional / relacional… Prefiro chamar atenção pra dois trechos do seu email: “no começo do namoro não tinha hora nem lugar” e “nosso tesão se desencontra”.

É engraçado como a gente espera que o sexo aconteça sempre de forma espontânea. Mesmo depois de anos juntos. E apesar da rotina. Só que tudo muda – você, o outro, a relação. Em algum momento, inevitavelmente, os casais se veem diante de um paradoxo: como continuar desejando aquilo que já foi conquistado? Porque paixão é novidade, frio na barriga, aventura, mistério. Já o amor tem a ver com estabilidade, conforto, cumplicidade, permanência.

“Seja meu porto-seguro”, mas “me surpreenda o tempo todo”. Queremos ser íntimos na imprevisibilidade (?!). Ótimo que vocês costumavam se comer com os olhos, que se pegavam no elevador porque nem dava tempo de chegar no carro, que tinham fôlego pra virar a madrugada testando todas as posições do Kama Sutra. Agora, quando dividimos a vida e o teto, é natural que esse fogo arrefeça. O outro está sempre ao alcance das nossas mãos – “se não der vontade hoje, amanhã rola”.

Só que amanhã ele (a) tá com cansado (a) do trabalho. Quinta a previsão é de frente fria. Sexta desce a menstruação. Sábado tem parente em casa. E por aí vai. Além das desculpas, vêm os desencontros. Você acorda excitado, ela prefere dormir mais alguns minutos. Você botou a lingerie matadora e ele quer assistir ao jogo. Esperar pelo momento mágico em que o tesão e a disponibilidade de ambos se alinham pode demorar tanto quanto um eclipse lunar. Sorry, essa é a verdade que muitos escondem debaixo dos lençóis.

É engraçado também como a gente investe foco, tempo e dinheiro para melhorar vários aspectos da nossa vida – menos a sexual. Paga pós-graduação e curso de inglês pra crescer profissionalmente. Gasta duas horas semanais no salão de beleza pra se sentir linda. Pratica esporte + faz dieta pra manter o corpo e o colesterol em dia. Mas ai-que-horror-trepada-agendada, ai-ridículo-marcar-encontro-com-marido, ai-que-preguiiiiiça-de-ter-mais-uma-tarefa.

Casais sexualmente felizes alimentam a privacidade e a criatividade, abrem espaço intencional para que o sexo aconteça em meio aos diversos desencontros cotidianos. Por isso, querida leitora, sugiro que você converse aberta e honestamente com seu marido. Elejam um dia da semana ~sagrado~ pra esse encontro intencional. Por exemplo, as noites de segunda-feira. Marquem na memória ou na agenda esse compromisso com o relacionamento de vocês. Não, não estou falando pra vocês transarem às 20h45. Apenas pra criarem um ambiente e um clima que favoreçam o tesão.

Sei lá, programem de deixar os filhos com a avó por algumas horas. Preparem um jantar à luz de velas em casa, um banho ou uma massagem a dois, uma escapada pro motel. Durante a tarde, vocês podem trocar mensagens eróticas e links de pornografia. Combinem de ele trazer um vinho, você tenta chegar mais cedo pra vestir uma cinta liga. Lembrem de beijar de língua quando se encontrarem, em vez do tradicional selinho de “como foi seu dia”. Para a maioria das mulheres, preliminares não são aqueles cinco minutos que antecedem a penetração. Por isso esse tipo de ritual pode realmente funcionar. Tudo bem se parecer artificial no início e a noite não acabar em orgasmos. Desde que vocês percebam o esforço mútuo pra se reconectar sexualmente.

***Este post foi originalmente publicado na coluna da Nath no Yahoo.

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Comentários
  • Caiu como uma luva. Depois de quarenta anos de casado, achei que sexo não era mais para nós. Há luz no fim do tunel. Era isso que eu precisava ler. Muito obrigado!

    10 de novembro de 2016

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