Chama da diversidade: a Olimpíada mais gay da história
A pira olímpica durante a cerimônia de abertura oficial dos Jogos Rio-2016 (Getty Images)
Atletas olímpicos inspiram gerações inteiras, são exemplos de determinação e superação em seus esportes. Ao levantarem a bandeira pelo respeito à diversidade sexual, sejam eles próprios gays / transgêneros ou não, eles promovem debate e reflexão sobre essa onda de ódio que assassina. Encorajam outras pessoas a se libertarem das angústias e do sofrimento causados pelo preconceito. Aqui cinco provas de que a Rio-2106 é a Olimpíada mais gay de todos os tempos – e devemos nos orgulhar muito disso.

A judoca Rafaela Silva, medalhista de ouro nestes Jogos, com a namorada Thamara Cezar (Reprodução / Instagram)
1. Se a sociedade muda, as regras também
No começo deste ano, o Comitê Olímpico Internacional (COI) deu aos transexuais algo muito mais valioso que uma medalha de ouro. Eles poderão competir não por seu sexo biológico, mas pelo gênero com que se identificam. Desenhando: se você nasceu José, com pênis, e se sente/vive como Maria… terá permissão para disputar contra mulheres, não mais contra homens. Mesmo que não tenha feito a cirurgia de mudança de sexo. Por exemplo, a transexual Maria precisaria apenas comprovar o tratamento hormonal (que controla os níveis de testosterona) e se submeter a testes específicos. Embora não haja nenhum (a) trans nestes Jogos, a vitória incentivará atletas amadores a alcançar nível olímpico.
2. Beijinho no ombro (e na boca) pro recalque passar longe

(Reprodução: Twitter / Pedro Veríssimo)
A tocha olímpica passeou por 325 cidades brasileiras e iluminou o beijo entre dois condutores durante o revezamento em Ipanema, no Rio de Janeiro. No dia seguinte, outro selinho levou ao delírio boa parte dos 40 mil espectadores que aguardavam o início da cerimônia de abertura no Maracanã. A brincadeira do telão que flagra namorados em eventos esportivos e os “obriga” a se beijar, filmou também um casal gay. Óbvio que eles seguiram a tradição.
3. Pedalando e sambando no preconceito
E sabe o mulherão que apareceu de triciclo abrindo caminho para os atletas da delegação brasileira? Então, é a lindíssima modelo internacional e transexual Lea T. Ela foi escolhida pelo COI para protagonizar esse momento.

A transexual Lea T na cerimônia de abertura (Getty Images)
Antes disso, outras trans convidadas carregaram a chama dos Jogos pelo país, como a cartunista/ilustradora Laerte Coutinho. “Isso tem um sentido, um significado de que o Comitê compreende a questão das pessoas transgêneras”, ela declarou nas redes sociais.

Larte Coutinho foi uma das condutoras da tocha (Reprodução / Facebook)
4. Time do “Aceita que dói menos”
Mais de 44 atletas participantes da Rio-2016 são assumidamente LGBTQ, um recorde as Olimpíadas. Em Londres-2012, eram apenas 13! Ninguém “virou gay” de lá pra cá – até porque ninguém “vira hétero”. O número aumentou porque muitos se sentem mais confiantes e à vontade de expor sua orientação sexual. A jogadora americana de basquete Ellena Delle Done falou pela primeira vez sobre sua namorada.

(Reprodução / Instagram)
No atletismo, o britânico Tom Bosworth fez o mesmo. “Sou muito confortável em relação a minha sexualidade”, disse em entrevista à BBC antes de embarcar para o Brasil.
5. Pódio não, mas “sim” no altar
A seleção brasileira rúgbi feminino tinha acabado de perder a partida para as australianas no estádio de Deodoro, mas a jogadora Isadora Cerullo ganhou ali mesmo um pedido de casamento. Sua namorada, que trabalha como voluntária nos Jogos Olímpicos, entrou no campo de microfone na mão eimprovisou uma aliança fazendo um laço no dedo da futura esposa. A imagem das duas emocionadas e tascando o beijo de “sim” correu o mundo. “Ela é o amor da minha vida”, declarou Marjorie <3 No hóquei sobre grama, as britânicas Kate Richardson-Walsh e Helen Richardson-Wlash entraram para a história como as primeiras atletas casadas disputando a competição.

O pedido de casamento (Getty Images)
***Este post foi originalmente publicado na coluna da Nath no Yahoo.
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