Bate-papo sobre monogamia e traição com Erosdita (vídeo)
No final de abril, depois de publicar um vídeo em que comento das dificuldades de ter abandonado a grande imprensa para criar um site de sexualidade, recebi dezenas de mensagens motivacionais. Malaguetas e pimentões contavam como o Pimentaria está despertando novas possibilidades e me pediam para não desistir. Uma delas veio de Recife: Julieta Jacob se apresentou como jornalista e educadora sexual. Ela idealizou um canal chamado Erosdita, também com o propósito de quebrar tabus e levar informação às pessoas. Nosso papo rendeu tanto que inventamos de escolher um tema e gravar o debate por Skype. Vocês vão perceber que a qualidade não tá lá essas coisas, mas foi a nossa primeira tentativa de trocar ideias em vídeo – considerando a geografia que há entre São Paulo e Pernambuco. Se vocês curtirem, deixem comentários por aqui que a gente promete evoluir nos próximos episódios. Até porque achei injusto que uma mulher tão linda dessas apareça num quadradinho no canto da tela 😉
Julieta Jacob, jornalista e educadora sexual, 33 anos.
Meu interesse por sexualidade humana é bem antigo e acho que a influência da minha mãe foi crucial. É que ela, apesar de ser ginecologista e obstetra, sempre se negou a conversar com a gente (somos 3 filhas) sobre qualquer assunto relacionado a sexo. Não era maldade ou algo do tipo. Era despreparo mesmo. Engana-se quem pensa todo médico, sobretudo os ginecologistas e urologistas, estão aptos a lidar com esse assunto, seja no consultório ou dentro de casa. Além disso, minha mãe não teve qualquer tipo de orientação dos meus avós, o que fez com que ela reproduzisse conosco esse padrão de que “somos auto-didatas do sexo”. Mainha, entretanto, enfatizava os “males” que o sexo podia trazer, fosse uma gravidez indesejada ou uma doença venérea. Ou seja: o pouco de educação sexual que eu e minhas irmãs tivemos foi muito focada no anti-prazer, na culpa e no medo.
Por outro lado, minha mãe sempre dividiu comigo as histórias de suas pacientes no consultório. Ela devia perceber o meu interesse, pois sempre chegava com um novo caso. Lembro-me de quando ela contou de sua 1ª paciente que “virou” lésbica depois de um casamento e 3 filhos… Com o tempo, situações como essa se tornaram cada vez mais comuns. Também recordo quando ela relatou o caso de pacientes infectadas com HPV aos 14 anos; e também da vez em que ela fez um exame ginecológico numa trans-mulher que tinha uma neovagina. Mainha ficou impressionada com a perfeição da cirurgia. A cada história, eu ia enriquecendo a minha bagagem. E se mainha se negava a me explicar, eu buscava explicações nos livros. Na faculdade, quis fazer meu trabalho de conclusão de curso em sexualidade, mas acabou sendo inviável.
Depois de formada, trabalhei em emissoras de tv e sempre tentava emplacar alguma matéria com temática sexual, mas era quase impossível. Fui percebendo a força dos tabus e como era difícil falar sobre sexo usando uma linguagem audiovisual. Até que em 2011 eu lancei o Erosdita em caráter experimental. Em 2012 iniciei um curso de capacitação em Educação em Sexualidade (concluí em abril de 2013) e desde então venho tentando me dedicar mais ao blog e desenvolver trabalhos na área que eu mais gosto: educação sexual. Acredito que só ela pode nos ajudar a quebrar preconceitos em prol de uma sociedade mais acolhedora e tolerante. Este ano pretendo iniciar um mestrado em Direitos Humanos, pois quero estudar a questão da homofobia no Brasil.
Wal
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Muito interessante a conversa de vocês. São pontos a serem bem repensados nos relacionamentos atuais. Parabéns, adoro tuas matérias.
29 de maio de 2014admin / Author
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Feliz da vida que você curtiu, Wal! Obrigada pela sua fidelidade ao site hahaha 😉
29 de maio de 2014Mariana
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Adorei o bate papo!
29 de maio de 2014Penso exatamente como você Natalia, não quero saber se meu marido me trai ou não. Dias antes de nosso casamento descobri por acaso uma traição dele e fiquei péssima! Me sentindo um lixo por não ter “sido suficiente” pra ele, mesmo tento me esforçado e dado melhor de mim. Porém resolvi perdoa-lo e coloquei um ponto final nessa neura, desde então me sinto melhor sem a preocupação de ficar vijiando e imaginado coisas em minha cabeça e me sinto ótima!!
Por outro lado ele é bem ciumento e inseguro!
Quem sabe um dia chegamos a um ponto de equilíbrio!
Adoro seu trabalho!!!
Beijocas
admin / Author
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Mari, eu acho que o mais importante e as pessoas “esquecem” é o que a Julieta falou: você se sente amada e desejada? Obrigada por acompanhar o Pimentaria, querida 😉
29 de maio de 2014Eduardo Zanelato
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Puta conteúdo legal!
29 de maio de 2014Seria interessante pensar em fazer isso em tempo real, com mais gente participando – talvez perguntando coisas, etc.
Continuem nessa linha que é sucesso
admin / Author
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e eu tava morrendo de medo de ter ficado chato e longo! e a malaguetada falando que eu devia ter aprofundado mais! haha bom sinal, né, edu? <3
29 de maio de 2014Larissa
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Oi Nath, adoreeei o video!

Sou daqui de Recife,e seguidora da Eros’dita’ … e SUUUPER me identifiquei e concordo com absolutamente tudo o que você falou!
Vou me casar ainda esse ano, e meu noivo é uma pessoa bem cobiçada e eu acho tudo muito engraçado,porque no final quem vai pra casa com ele sou eu. Mas em contrapartida sinto um pouco de ciúme em relação a algumas mulheres insistentes,que as vezes conseguem me ‘tirar do eixo’, principalmente uma coleguinha de trabalho dele, ele sempre me mostra tudo, conta tudo…Melhor pra mim é ir às confraternizações do trabalho dele e encontrar ela…hahahaha Mas ao mesmo tempo surge a dúvida, se estou levando o nome de ‘a que tem ele’ ou ‘a maior corna do mundo’! kkkkk
Se eu for, ou não…não quero saber,ele também não transparece e sigo feliz assim!
Mas também as vezes não sei como agir, se estou dando importância demais a uma ‘piriguete culta’ quando não deveria…e assim despertando uma curiosidade nele. Eis a questão! :/
No mais, adorei o debate, estou adorando a página…Vai com tudo nessa pimentaria!
29 de maio de 2014Livia
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Adoreeeei! “…É uma escolha, não tem porque você estar preso em uma relação se ela não te agrada..” …com certeza, se você decidi estar em um relacionamento é para fazer dar certo, você quis isso…
29 de maio de 2014Parabéns Nath e Julienta, o debate foi ótimo… 😉
Pingback:Conversa apimentada sobre monogamia e traição - Erosdita
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Bruna
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Nathalia!! Arrasou! Poderia ser uma conversa de meia hora que sera massa!
3 de junho de 2014Seria muito legal se vocês discutissem e trocassem ideias sobre os filmes pornográfico para mulheres! É assunto “pouco” comentado e que explora um angulo diferente. Explora o angulo feminino
Mariana Desimone
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Nath, arrasou, nega!
Muito bom o formato! Parabéns!
beijos
3 de junho de 2014Luciana Carvalho
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Conheço o site hoje e estou me deliciando com os textos e vídeos! Acho que a traição é algo a que todos estamos sujeitos, seja passiva, seja ativamente, pois é o resultado de um conjunto de fatores, num contexto favorável. Eu nunca traí nem pretendo fazê-lo, mas não ponho a mão no fogo por ninguém – nem mesmo por mim! Parabéns pelo site!
11 de junho de 2014Pingback:Por que as mulheres fingem orgasmos? | Pimentaria
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