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A relação esfriou? “Fogo precisa de ar”

Foto: Pixabay @Shkiper

“Fogo precisa de ar” é uma frase constante da terapeuta sexual Esther Perel. Ela afirma que intimidade não garante sexo de qualidade. E que desejo precisa de espaço, um certo distanciamento. Algo difícil de praticar na vida doméstica, com o excesso de convivência entre marido e mulher. No livro “Sexo no Cativeiro” (para quem quer entender como a relação esfriou), Esther compara casamento a confinamento. Mostra como a proximidade aumenta a parceria do casal, mas pode apagar o tesão. Por um lado, queremos a segurança e a estabilidade. Por outro, queremos mistério e imprevisibilidade.

Lembrei das palavras de Esther quando assisti, tempos atrás, o filme “Um divã para dois”. Kay (Meryl Streep) e Arnold (Tommy Lee Jones) são casados há 31 anos e dividem apenas um teto. O resto foi se perdendo ao longo do tempo e de uma rotina mecânica – dois ovos com bacon frito todas as manhãs. Não há troca entre o casal, nem conversa e demonstração de amor. Eles dormem em quartos separados e não fazem sexo há cinco anos, desde que os filhos saíram de casa. Então Kay cansa de arrastar sua infelicidade e gasta as economias numa terapia intensiva para casais com o Dr. Bernard Feld (Steve Carrell). Ela quer resgatar o desejo perdido. O ranzinza Arnold, acomodado ao tédio do casamento, reluta mas acaba cedendo à ideia.

Desconfortáveis no divã, enquanto tentam entender como chegaram à triste condição, os dois se reencontram. Kay quer ser tocada, em todos os sentidos. Beijar na boca e andar de mãos dadas. Ela não se masturba porque dói lembrar o prazer que não tem mais. Arnold argumenta que desistiu depois de repetidas recusas da esposa, sempre mais preocupada com o jantar dos filhos ou com a louça suja. A resistência de Arnold à mudança e a inocência sexual de Kay são ao mesmo tempo cômicas e dramáticas. Ela quer renovar os votos matrimoniais, ele pensa num ménage a trois com a vizinha. O terapeuta descobre que o sexo deles era um eterno “papai-mamãe”, sem direito a oral ou fantasias. “Era ok”, resume Kay. E porque era só isso, foi deixando de fazer falta. Durante as sessões, Dr. Feld passa exercícios ao casal, como dormir abraçados ou tocar sensualmente o corpo do outro.

A ausência de desejo sexual não é coisa apenas dos personagens sexagenários. Como diz Esther Perel, “se no passado tínhamos vergonha porque fazíamos sexo, agora temos vergonha quando não fazemos.” Jovens casais também sofrem com o marasmo de seus lençóis king size, namorados com vinte ou trinta e poucos anos frustrados (ou, pior, resignados) por transar uma ou duas vezes por mês: “não lembro a última vez em que transamos” ou “amo muito, mas acabou o tesão”. Os parceiros rebatem: “ela sempre tem uma desculpa quando a procuro” ou “queria que ela tivesse mais iniciativa e não parecesse uma boneca inflável”.

São desejos desencontrados, expectativas depositadas no outro, falta de diálogo, acomodação. Das semanas de prazer adiado, nascem as brigas infantis e as abordagens desajeitadas. Você desaprendeu a seduzir e tudo parece como forçar a barra. Ou tem vergonha de mostrar quando quer e prefere esperar que o outro perceba. É um paradoxo desgraçado: o casal fica distante porque está perto demais. Alguns especialistas sugerem, nesses casos, marcar o sexo na agenda, assim como uma consulta no dentista ou uma reunião de trabalho. Bem na linha do “faz cinco dias que não transamos, o que posso fazer com isso?”. Esther acredita que encarar o sexo como uma tarefa que também precisa de atenção, esforço e criatividade pode ajudar muito.

***Este post foi originalmente publicado na coluna da Nath no Yahoo.

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