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Tinder, o aplicativo do encontro casual: por que 118 “matchs” não significa muito

Alô, você, que chegou agora de um ano sabático em Marte: esse tal de Tinder não é o nome de um novo desinfetante. Trata-se de um aplicativo para celular, lançado no Brasil em agosto passado, para promover encontros sexuais/amorosos. Só na cidade de São Paulo, três milhões de pessoas baixaram o que eu chamo de “cardápio de bolso para fudelância”. Funciona assim: você se cadastra usando o seu perfil do Facebook, escolhe fotos para serem a sua “vitrine” e ativa a ferramenta de geolocalização. Bota lá a distância máxima de outros usuários – tipo, quero saber que fulaninhos(as) estão a até 10 km de mim. Imediatamente, surge a imagem de um(a) tchuchuco(a), apenas com nome e idade.

tinderNão foi com a cara? Basta clicar no “X” que ele(a) não ficará sabendo da rejeição e você pode partir para a próxima opção. Curtiu? Aperta o ícone de coração – a sua foto vai aparecer “casualmente” do lado de lá e, se ele(a) também curtir… rola o match. Ou seja, vocês dois saberão da compatibilidade e aí depende de quem vai puxar papo. Segundo uma pesquisa do IPEA (checaram o número, produção?), 65% dos entrevistados concordam com a frase “dá para encontrar o grande amor no Tinder”. Talvez por isso as mulheres pareçam mais seletivas que os caras. Tenho até um amigo não-vou-dizer-o-nome-marcelo que sai distribuindo likes generosamente como se não houvesse amanhã.

Desde que a Tati* entrou nessa bagaça, seis meses atrás, ela acumulou 118 matchs. Significa que ela deu pra um cara e meio por dia? Óbvio que não. Primeiro, porque os caras são muito pau-moles: apenas 27 deles a procuraram para conversar por mensagem de celular (MESMO SABENDO QUE ELA GOSTOU DO PERFIL). Segundo, porque ela é criteriosa – não dá chance ao cidadão que assassina a língua portuguesa, aos monossilábicos e aos tarados demais. No fim das contas, Tati saiu com 4 deles, uma amostra que considerei relevante para fazer essa entrevista. Inclusive pela diversidade de personagens e situações que ela viveu, além da transformação que acompanhei ao longo desse tempo… Tati não é mais aquela adulta fragilizada e insegura após o término de um longo relacionamento.

– Por que você entrou no Tinder?
Por pura curiosidade. Eu estava recém-solteira e tímida, não tinha mais o traquejo da paquera. Achei que teria mais chances de conhecer outras pessoas através do meu celular. Quando os primeiros matchs foram acontecendo, ficava boquiaberta ao perceber que muito cara gato havia se interessado por mim. Isso me deu umas doses de adrenalina e de autoestima, o que foi bem-vindo naquela fase. Achava difícil que rolasse sexo casual, era mais para tirar uma onda e conversar com uns caras.

– Você encontrou gente conhecida por lá? Deu vergonha?
Encontrei vários amigos da época de escola, vizinhos, colegas de trabalho, amigos do ex… Dei boas risadas! Não tive receio de ser “pega” no Tinder porque, afinal, estou solteira e não devo nada a ninguém.

– Quanto tempo por dia você passa avaliando o cardápio do aplicativo?
Geralmente, acesso antes de dormir ou pra passar o tempo na fila do restaurante, do banco ou do médico (risos). Se estou mais envolvida com algum cara, acabo esquecendo o aplicativo e fico tempos sem entrar.

– Em geral, como é a dinâmica até o encontro?
Geralmente rola uma conversa inicial pelo aplicativo e, se houver uma sintonia mínima, trocamos Whatsapp (programa gratuito de mensagens de celular). O próximo passo é adicionar no Facebook ou no Instagram – isso abre um leque maior de assuntos para conversar e disponibiliza ferramentas para checar a procedência do indivíduo (risos).

– O Tinder já te meteu em ciladas?
Sempre deu tudo certo comigo. Uma vez, fui parar na casa do cara no primeiro encontro. Eu não tinha a menor ideia do que ia encontrar lá. Hoje percebo que corri um certo risco, sim… E teve um mala com quem saí que não me deixava em paz, mas já consegui despachá-lo. Sei lá, todos ficaram no primeiro encontro… Com dois eu ainda converso e nada impede de encontrá-los novamente.

– Dá pra encontrar um namorado lá?
Até acho possível, mas não deve ser o foco. Tem muito cara sem noção, querendo apenas comer geral e pagar pau. Leva um certo tempo para peneirar e encontrar quem valha a pena conhecer melhor.

– Me conta mais dos quatro encontros que o Tinder te propiciou?

Então, demorou três meses até que eu conhecesse alguém ao vivo. Foi tudo muito rápido. Dois dias depois do match, embora não morasse na minha cidade, o Roberto apareceu para jantarmos. Fiquei impressionada: atleta, todo gato, bem-sucedido e recém-solteiro. Pensei: Valeu, Tinder, você demorou… mas mandou bem! A conversa foi boa, entre beijos e amassos no carro, prometemos nos encontrar de novo. Nos falamos por mais uns dias, mas a distância física atrapalhou algo mais.

Com o Gustavo, eu tinha alguns amigos em comum. Confesso que eu estava tranquila, não me enchi de grandes expectativas no encontro, poucos dias mais tarde. Ainda bem porque, no restaurante, saquei que ele era um chato monopolizador: quis escolher os pratos, só falava dos próprios assuntos, não demonstrou muito interesse pela minha vida. Menos de uma hora foi o suficiente para que eu quisesse ir embora! Mas, ele insistiu para tomarmos um sorvete e darmos uma volta de carro para “conversarmos”. Dei a chance para o beijo, imaginando que pelo menos isso salvaria a minha noite. Não foi o caso… O cara não desistiu fácil, propôs mil programas até que eu o deixasse falando sozinho nas mensagens.

O terceiro foi o Marcelo. Trocamos ideia por um mês, ele sempre me acompanhava no Facebook e no Instagram, sabia puxar assunto. Um dia estava na cidade dele e marquei de nos conhecermos num shopping. Foi legal. Ele é bonitinho e simpático, mas o ambiente não ajudou a criar o clima… Nem beijinho rolou. Acho que vamos ficar só na amizade mesmo.

O único com quem transei foi o Rodrigo. Foi um dos primeiros caras do Tinder com quem conversei, meses atrás, e o encontro que mais demorou a acontecer. Combinamos de ir a um bar. Minutos antes, ele me convidou para jantar na casa dele com um casal de amigos. Fui pega de surpresa, aceitei por impulso e apareci lá com uma garrafa de vinho. Quer dizer: eu, a garrafa de vinho e a minha cara de pau. Por sorte, ele era uma simpatia, assim como os amigos. Não teve “climão”. Era óbvio que se eu estava ali, não ia colar aquela coisa de “se fazer de difícil, dificílima”. Fomos para o quarto, mas ele estava nervoso e digamos que não tenha tido o melhor desempenho do mundo. Ainda nos falamos e ele está doido para tirar a má impressão do primeiro/último encontro… (risos).

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Comentários
  • Adorei a entrevista, mais real impossível! Achei outra boa função para o Tinder enquanto viajava. Em duas semanas conheci 6 moços em 3 países diferentes. Com 3 não rolou nada, com os outros sim em niveis diferentes. Foi ótimo pois peguei várias dicas, aprendi sobre a cultura local, fui a lugares que só “locais” conhecem, arrumei companhia para bater perna em museu e ainda fiquei toda apaixonadinha após andar de lambreta na Itália 😉

    22 de abril de 2014
  • Adorei a entrevista!
    Minha experiência com o Tinder foi um pouco diferente.. Conheci o aplicativo por indicação de uma amiga que também tinha acabado de ficar solteira e resolvi instalar pra ver qual era a dele. Minha parte romântica queria encontrar o amor da minha vida, minha parte racional dizia que ele nunca estaria num aplicativo desses.
    Assim como a Tati, minha autoestima foi la em cima com os caras gatos que deu match e impressionada como que muitos deixaram acabar por ai, ou iniciavam a conversa de formas super estranhas. Por fim, conversei de verdade apenas com dois e sai apenas com um, uns 10 dias depois do match. Esse encontro aconteceu há pouco mais de seis meses, o pedido de namoro foi dois meses depois e, hoje, estamos muito felizes!
    Não tínhamos nenhum amigo em comum, mas frequentávamos os mesmos lugares e vivo me perguntando quantas vezes devemos ter estado no mesmo bar ou na mesma festa, sem termos reparado um no outro.
    No fim das contas, acho que conhecer alguém no Tinder é bem parecido com conhecer na balada (e basicamente a mesma probabilidade de dar certo): no início é tudo uma questão de aparência. Depois se vê os gostos, se a pessoa tem papo bacana, e por ai vai..

    26 de abril de 2014
  • Minha experiência no tinder foi muito interessante. Vim morar numa cidade do interior em que as opções masculinas são bem restritas, se é que me entendem. Uma amiga de São Paulo veio para minha casa e me mostrou o aplicativo. Instalei imediatamente e foi uma transformação para o tédio que às vezes sentia. Sempre aparece um cara novo (porque vivo viajando e no meu raio de 100 km consigo captar muitos gatinhos rs). A maioria certamente não rende, mas algumas histórias saíram do aplicativo.
    Meu primeiro encontro pelo Tinder ocorreu em São Paulo, estava na Paulista e um gatinho estava perto, marcamos um café. Nos encontramos, trocamos rapidamente uma idéia e nos despedimos. Cada um para seu lado. Foi legal, gosto de conhecer pessoas, há sempre algo a nos acrescentar, porém não havia clima nenhum naquela padaria para algo mais rs.
    Meu segundo encontro foi com um gatinho. Depois de dois dias conversando pelo Tinder marcamos uma viagem. Isso mesmo. Fomos para a praia, ele passou em minha cidade que fica no meio do caminho, e fomos até uma pousada. Já no carro me perguntava, meu deus, esse cara é um mala. Dividimos a mesma cama e na primeira noite nem um beijo rolou. Ele era egocêntrico e só falava dele. E ainda era daqueles playboys que só falavam de dinheiro. Mas sou paciente e relevei. Ele era uma companhia legal para as trilhas e tudo mais. No segundo dia, após umas cervejinhas, acabamos ficando e rolou tudo, afinal, na mesma cama, ai ai, não dava para fugir. Nossa viagem durou quatro dias, mas depois dela nunca mais nos falamos. hahaha. Bizarro não?! História que só o tinder pode te proporcionar.
    Minha última história é com um mocinho que mora umas 02h30 de distância de casa. Há três semanas ele veio me visitar e desde então nos vemos todos os fins de semana. Estou bem interessada mas não sinto que ele esteja tão animado. Mas de qualquer modo, estou vivenciando. E gostando. Acho que o tinder é fantástico, é possível conhecer pessoas muito interessantes sim.

    17 de junho de 2014
  • Eu uso pura e simplesmente para sexo casual. Já passei dos 10 encontros que resultaram em sexo.
    Fácil de terminar. Sem cobrança. Basta sair pra um lugar legal. Ouvir a gata em tudo e pronto. Sexo. Sexo e sexo.
    Melhor que há.

    12 de agosto de 2014
  • As mulheres mentem que não estão no Tinder para sexo, casual ou não.
    E aquela máxima que você lê no perfil: “não estou aqui pra sexo”, “não busco sexo” e afins é uma baita de uma mentira.
    Eu saí com duas dezenas de moças advindas do Tinder, 75% com esse tipo de frase no perfil. E adivinha só?

    Mulher tem que parar de mentir para si mesma. E admitir o que quer e como quer. Não há porque fazer gênero.

    No mais, encontrei o grande amor da minha vida, pasmem, no Tinder. É como a busca pelo emprego dos sonhos, ou seja, você tem vários a seu dispor, mas no final escolhe aquele mais vantajoso pra si em todos os sentidos. E foi o que eu fiz para o azar das moças preteridas. A experiência foi benéfica. Viva o Tinder!

    12 de junho de 2015
    • Falou tudo
      todas as mulheres entram no Tinder sabendo oq vao achar la, que é caras procurando sexo casual e os caras so entram no aplicativo pq sabem q la terá mulheres q topam, eu uso o Tinder ha 2 anos, sem brincadeira, ja sao com umas 100 mulheres de lá e co 90% delas rolou sexo, com pouquíssimas rolou mais de uma vez. isso foi comigo e com todos os meus amigos q tem Tinder, portanto sei do que estou falando. Tinder é pra sexo casual essa é a regra, raríssimas exceções pode acabar rolando um namoro, mas duvido q chegue a 1%.
      realmente como o Leonardo citou, é um saco ler no perfil das comediantes que estao no tinder procurando amizades(só se for Pau amigo)… ja pedi pra algumas me explicarem inlusive, como q se faz amizades num aplicativo de encontros onde só terá caras vindo puzar papo com esse objetivo e clicando em quem achar bonito, piada total.
      geralmente essas que dizem q estao no tinder fazendo amizades e enrolam na hora de dizer q dia podem marcar de sair é pq ja estao conversando com 300 caras e dai querem enrolar todos pra ir saindo com um por dia e a cada um deles q sair vai mentir q nunca saiu com ninguem do tinder. mulherada no tinder é tudo piranha e todo mundo sabe disso, pra mulher ja começa que da combinação com 99% dos caras q clica e os caras ja vem puxando papo e fazendo propostas, qual a dificuldade pra uma mulher dai? o cara busca na posta de casa, paga o jantar e o motel, se ainda der sorte nem esforço fisico na hora do sexo fará, pq se der sorte e pegar um cara q tiver A PEGADA nao precisará se desgastar, terá so que abrir a perna e o cara faz todo o resto.
      portanto acho que as mulheres tem q parar de papo furado padrao no tinder, que estao la pra fazer amizades ou que a amiga que mandou instalar, pois todos nos sabemos q vcs estao la pra sexo casual e saem com muitos caras sim.

      16 de julho de 2015
  • Show de bola essas dicas, muito obrigado por compartilhar!

    8 de junho de 2016
  • Um bom relacionamento e tudo, e a melhor relação e construída com afeto.

    3 de agosto de 2016
  • Eu sou mulher, e adoro o tinder. Saio quase q diariamente com alguém. Me divirto muito, janto em lugares legais, eles sempre fazem questão de pagar a conta, embora eu tenha condições para tal. E confesso que realmente a noite sempre acaba na cama. Já perdi as contas de quantos caras transei nesse último ano no tinder. Nunca fui tão feliz, estou realizando tudo que eu sempre quis. Já cheguei ao ponto de marcar dois encontros num mesmo dia, e nos dois transei. Realmente é a melhor maneira de se divertir sem cair na boca do povo. Meu trabalho me faz ter q ir a várias cidades vizinhas à minha, e com isso eu saio com caras que na verdade nem meu nome real sabem, e dificilmente vão me encontrar de novo.

    8 de fevereiro de 2017

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