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Consultório feminista: a paciente faz o próprio exame ginecológico

Numa tradicional consulta ao ginecologista, é altamente provável que a paciente seja submetida ao exame clínico. Ela troca a roupa por um aventalzinho, deita na maca de pernas abertas e sente o espéculo entrando em seu canal vaginal. Esse troço lembra um bico de pato transparente que abre dentro da gente conforme o(a) médico(a) gira uma pequena manivela. Graças a ele, é possível enxergar até o colo do útero. Duvido que alguma mulher considere agradáveis a situação e a sensação – se o instrumento estiver gelado e sem lubrificante então… E você não se vê, não sabe como é e como está “lá dentro”.

Coletivo Feminista de Sexualidade adota um método bem diferente nos atendimentos realizados pelas ginecologistas. É a paciente quem introduz o espéculo e pode observar com um espelhinho suas “entranhas”. Descobre muco, corrimentos, rugosidades etc. “O autoexame é uma maneira de ajudá-la a entrar em contato com sua intimidade e fisiologia”, diz a ginecologista e obstetra Halana Faria, integrante do Coletivo e mestre em Saúde Pública/USP. “Construir autonomia parte de conhecer o próprio corpo”.

Inspirado no movimento feminista da saúde, o Coletivo funciona desde a década de 1980, praticando a “medicina doce ou suave”. Ela se baseia em dois principais pilares: a relação horizontal entre médico-paciente e tratamentos menos agressivos. Ou seja, realmente ouve as queixas e demandas, oferece informações e evidências científicas… mas quem decide é a mulher. Por exemplo, num caso de candidíase, a paciente pode escolher se prefere remédios convencionais (tipo pomada vaginal) ou alternativos (dentes de alho, melaleuca etc). Assim como uma mulher grávida terá todo o acompanhamento tanto se optar pelo parto em casa quanto num hospital.

Essa perspectiva humanizada também leva em conta algo que a medicina tradicional tende a ignorar – nem todas as mulheres são héteros. “Isso faz com que lésbicas se afastem dos consultórios, deixem de cuidar da saúde, não tenham acesso a informações e cuidados adequados”, diz Halana, reforçando que o Coletivo respeita a diversidade de orientação sexual e reconhece a identidade de gênero. Afinal, homens trans sofrem do mesmo problema. As consultas do Coletivo (há também psicólogas, nutricionistas, obstetrizes e médicas de família) são pagas, embora haja atendimento gratuito para quem não tem condições de arcar com os custos.

***Este post foi originalmente publicado na coluna da Nath no Yahoo.

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