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Cinco crenças estúpidas sobre o exame de toque retal

(Getty Images)

“Aqui é via de mão única, rapá!” Estimativas dão conta de que um em cada três homens se nega a fazer o exame de toque retal – sim, aquele no ânus. Esse comportamento infantilóide-machista ajuda a explicar por que o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os brasileiros. Cidadão prefere morrer “macho lacrado” a se prevenir. Câncer no c* dos outros é refresco?

Todos os homens a partir dos 45 anos (ou dos 40, se tiver histórico da doença na família) devem se submeter, uma vez por ano, ao procedimento clínico. Ou podem apostar na sorte e, mais tarde, descobrir um tumor em estágio avançado. Daí é provável que sejam encaminhados para quimio / radioterapia ou cirurgia – sob o risco de consequências como impotência sexual e incontinência urinária.

Abaixo cinco crenças estúpidas sobre o temido exame:

1.“Tem que ficar de quatro”

Nenhum médico vai te obrigar a ficar na posição cachorrinho com a bunda virada pra lua. Existem alternativas mais confortáveis e menos vexatórias pros homens, como deitar de lado na maca ou ficar de pé apenas se debruçando sobre ela. Lembre-se que, embora o exame seja um “evento” aflitivo pra você, é absolutamente banal pro doutor – ele passa o dia inteiro vendo / mexendo em fiofós alheios. E o seu, sinto muito, não tem nada de especial

2. “Vai doer”

Levar um chute no saco dói. Não tenho saco, mas já observei a expressão dos jogadores de futebol vítimas de uma entrada maldosa… Um dedo no ânus pode ser desconfortável, o que é beeeem diferente de dor. Inclusive porque o indicador não penetra a seco em seu orifício, rola uma besuntada de lubrificante. Quanto mais tenso você estiver, mais travados ficarão seus músculos. De qualquer forma, todos os pacientes saem da consulta andando (sem auxílio de muletas rs) e sentam normalmente.

3.“Demora uma eternidade”

Tempo é um troço relativo, né? Dez segundos de orgasmo, por exemplo, são uma miséria de tão pouco. Dez segundoscom o dedo de alguém no seu c* podem parecer três horas. Mas, objetivamente, é mais ou menos isso que demora o exame. Coisa rápida de verdade verdadeira. Se o médico passar meia hora apalpando a sua próstata, pode ligar pra polícia e denunciar o abuso sexual.

4.“Não sou viado nem quero ser”

Primeiro que a sua orientação sexual não está em discussão, então guarde-a pra você. Mulheres héteros e homossexuais, por exemplo, precisam fazer exames ginecológicos por questões de SAÚDE – gostando ou não de ter algo introduzido em suas vaginas. Segundo que ninguém “quer ser” ou “vira gay”, a pessoa nasce / a pessoa simplesmente é. Quem tem esse medo só pode estar muito inseguro em relação à própria sexualidade. O resto é ignorância.

5.“Dá pra detectar problemas na próstata sem o toque”

O exame de sangue, conhecido como PSA, não é 100% garantido. Parte dos pacientes com resultados normais no “papel” acaba descobrindo anomalias pelo método tradicional. Ou seja, pode parecer que está tudo bem… e não estar. A mesma coisa vale para os exames de imagem: eles podem complementar o diagnóstico, mas não substituem o toque retal. Como a medicina ainda não inventou uma forma de alcançar a próstata via nariz / boca / umbigo, deixa de frescura e libera o botão uma vez por ano.

***Este post foi originalmente publicado na coluna da Nath no Yahoo.

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Comentários
  • É um saco isso aí.
    Tu fica lá de cú pra cima e o Dr. enfia o indicador no seu rabo.
    Demora uns 5 segundos, mas parece umas cinco horas.
    Doer não dói, mas é incômodo pacarai.
    Mas além disso aí tem que fazer o PSA e o ultrassom de próstata todo ano também.
    O único perigo desse exame é o cara se apaixonar pelo médico, de resto, embora seja uma merda fazer, você sobrevive.

    16 de janeiro de 2017

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