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Entrevista: Alexandre Nero vende amor. E quem não quer?

Esse é o trecho em que devo apresentar o currículo do artista, a longa lista de ex-relacionamentos, os futuros projetos. Mais ou menos assim – a ordem dos fatores não altera o resultado:

Aos X anos, Alexandre Nero se prepara para viver (nome do personagem) naquela que será sua (terceira? vigésima?) novela na TV Globo, de (nome do autor), com estreia prevista para (mês do ano). Nero descobriu que queria ser ator depois (que a vó pediu? que os amigos riram de suas imitações de Silvio Santos? que foi a uma excursão para o teatro?), mas a fama veio muitos anos mais tarde, com o vilão (fulano de tal) que (batia, humilhava, mentia) na trama (dar um Google). Atualmente, ele divide (apartamento? casa? barraco?) com a deslumbrante (nome da amada), após separar-se da (ex) e ter breves relacionamentos com (listar algumas que saíram no EGO). Nero recebeu a reportagem de (título do veículo) numa (tarde?) de (domingo?). À vontade, vestindo (terno? moletom com chinelo?), não tinha feito a (barba? unha do pé?).

Porque ele não é clichê, mas aquele cara que você convidaria pra comer coxinha num boteco, achei melhor ir direto às perguntas. Taí nossa conversa por email, na íntegra. Só pra explicar o título desse post: Nero também é músico e está lançando o DVD “Revendo amor – com pouco uso, quase na caixa”. Desconfio, malaguetita, que você vai querer comprar. Fiado ou parcelado.

– Você tem essa cara de cafajeste (estilo “pego e não me apego”), mas também um jeito fofo de quem escreve música e poesia. Diz por aí que é tímido, mas fala de sexo sem vergonha. O que você é de verdade – e o que gostaria de parecer?

NERO – Alguém inventou que essas coisas são incompatíveis, e acreditamos. Se sou fofo, não posso “pegar e não me apegar”, se “pego” não sou fofo, se sou tímido tenho que falar de sexo com reservas, se sou sexual sou então uma máquina de sexo, que trepa o dia inteiro, com todo mundo e não posso ter reservas com nada. Música e poesia não são coisas de gente fofa. Quero fazer arte como quem faz dinamite. É pra abrir caminhos, mas eventualmente pode explodir na sua cara.

– De onde surgiu esse convite pra participar do “Amor&Sexo”? Você falava muita “baixaria” nos bastidores das novelas?

NERO – Não falo “baixaria” por que não acho sexo baixo. Falo de sexo como quem provoca. Algo que é cotidiano, natural e prazeroso na vida de qualquer ser vivo, e que não deve ser tratado como um assunto proibido. Quem proíbe assuntos como sexualidade, drogas, aborto ou algo assim é nocivo a uma sociedade, pois priva as pessoas de irem atrás de conhecimento e se precaver de algo que pode, ou não, ser danoso.

 – Ménage a trois: você atua, canta e escreve. Que prazer é esse por se expressar em variadas formas?

NERO – Se for para usarmos a arte como um paralelo em sexo, eu diria então que sou um libertino. A arte é sim minha terapia, minha válvula de escape, e não posso admitir padrões morais me ditando o que posso e o que não. Nem tudo que escrevo, canto ou atuo eu faço, mas sou e posso ser tudo aquilo, e isso é escolha só minha.

– Posso imaginar que peito e bunda mexem com a sua cabeça – aquela, de baixo. Quero saber com a de cima: o que te dá tesão no comportamento de uma mulher?

NERO – Mulher bem humorada e independente profissionalmente mexem comigo, mas isso não basta. É preciso ter alguns requisitos físicos agregados. Seria hipócrita dizer que não, mas é muita ignorância achar que esses “atributos físicos” que falo, querem dizer ser parecida com mulher de capa de revista. O que me dá tesão é o que me dá tesão, e nada tem a ver com padrões, e ninguém precisa saber ou entender o que é.

– O seu “Stênio” de “Salve Jorge” reconquistou “Helô” (personagem de Giovana Antonelli) e apimentou a relação com fantasias sexuais. Muita gente acha cafona ou morre de vergonha de dividir desejos íntimos com o parceiro. Você coloca os seus em prática?

NERO – A mim não agrada aquele tipo de “fantasia sexual” que foi colocado na novela. As pessoas gostavam muito, mas acredito que, mais pela situação cômica do que pelo apelo sexual. Aquilo pra mim é como se fosse o “hippie de shopping center”, “punk de boutique”. Acho falso! Mas isso é pra mim. Quem tiver tesão naquilo, que se divirta, e eu que me exploda. Eu sou um ator. Não gosto de atuar no sexo. Pra mim tem que ter verdade.

– Quis te dar um abraço quando você disse, numa entrevista, que as mulheres precisam parar de reclamar do desempenho dos homens e conhecer melhor o próprio corpo. Me ajuda a convencer as leitoras do lema “o prazer é meu, não depende do outro”?

NERO – Assim como acredito que ninguém pode ou não fazer alguém ter prazer, por que é VC quem precisa se doar e querer aquilo, também acredito que não se convença ninguém disso ou daquilo. Pessoas tem que estar abertas e a fim de buscar esse caminho. A briga com a moral e as proibições impostas por algumas religiões não se arrancam como se fosse sujeira debaixo da unha. Tá lá dentro do cérebro. É uma cirurgia refinada e que requer muito esforço pra retirá-la. Eu mesmo, falando assim, respondendo essas perguntas, estando num programa que discute sexo, e canta com facilidade o bem estar sexual nas minhas músicas, posso parecer 100% resolvido. Balela. Todos temos nossas cirurgias a fazer.

nero_dvd– “Revendo Amor – Com Pouco Uso, Quase na Caixa” é o seu novo álbum solo. Você faz música pra corações desgastados?

NERO – Faço música para nós todos. Entendo hoje “todos nós” pessoas que amam pouco. Dizemos que amamos a uma só pessoa e achamos isso bom. Nosso amor é limitado. Quase não brincamos de amor, e por isso ele está na caixa, quase intacto ainda. Acabamos indo atrás de coisas pra comprar para suprir essa ausência de amor. Por isso fiz um cd chamado VENDO amor, e agora um dvd chamado REVENDO amor. Uma ironia com os “placebos” para amor.

– Há uma corrente entre alguns terapeutas sexuais que acredita na infidelidade como a única forma de preservar um casamento. É um conceito polêmico. O que fidelidade significa pra você?

Primeiro: não acho que isso ou aquilo esteja certo e seja bom para todos. Se pra vc ser fiel é bom, assim será. Se não é, que assim seja. A parte difícil nem está em saber o que vc quer, e sim admitir o que vc quer. Esse assunto é polêmico e envolve outras pessoas, e na maioria pessoas amadas e queridas. Não consigo falar dele sem que eu possa escrever 1800 laudas.

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Comentários
  • Muito bom ler sobre pessoas que falam o que pensam, deixando um pouco de lado suas máscaras.

    24 de outubro de 2013
  • Ótima entrevista! Alexandre Nero é fantástico, ele não parece uma celebridade global intocável. Até eu quero dar um abraço nele agora…rs. Oh, que homem charmoso, Senhor!!!! KKkkk

    24 de outubro de 2013
  • Direto ele, né? Gostei.
    Pra mim ele não é o tipo de homem pra quem eu olharia uma segunda vez na rua, mas é do tipo que me despertaria interesse depois de 15 minutos de conversa. Achei que ele escorregou em algumas perguntas, mas gostei do geral.
    Curiosa pra vê-lo cantando, nunca vi.

    Bj Nat

    24 de outubro de 2013
  • ADOOOOROOOOOOOOO ele!!!! *-*
    Muito pertinente =)

    24 de outubro de 2013
  • Já tinha visto outras entrevistas dele e já tinha gostado. Parece realmente que ele diz o que pensa e sem ficar dando voltas.

    Vou procurar as músicas, se forem tão boas quanto as opiniões vou gostar mais ainda do Alexandre.

    24 de outubro de 2013
  • Entrevista com perguntas inteligentes é outra coisa. Parabéns, Nathalia! Adorei!

    24 de outubro de 2013
  • Entrevista pequena porém dá gosto de ler. Não nego que passei a observar melhor o Nero depois do “Stenio” mas, a cada dia admiro mais e mais. “Todos temos nossas cirurgias a fazer” em todos os sentidos. Valeu Nathalia pelo bom gosto de entrevista alguem tão autêntico e “FOFO” rs. #Adorei

    25 de outubro de 2013
  • Fã de carteirinha! Gamada no Nero. Quero pra mim!

    8 de novembro de 2013
  • Eu sou simplesmente apaixonada pelo Nero. Acompanhei com prazer quase orgasmático seu cd Vendo Amor. Pegava muito.

    15 de janeiro de 2014

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