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“Depois do parto, ele não faz mais sexo oral em mim”

(Thinkstock)

“Conheci meu marido três anos atrás, o sexo sempre foi uma loucura. Quando descobri que estava grávida, nossa vida sexual diminuiu porque ele tinha medo de machucar o bebê. Mas eu o procurava e rolava numa boa. Meu filho nasceu de parto natural domiciliar, ele ficou ao meu lado o tempo todo. Depois disso, NUNCA mais fez sexo oral em mim. Já perguntei várias vezes se tinha nojo – um dia me disse que lembra do nascimento e isso o deixa, em suas palavras, ‘sei lá’. Eu sempre faço oral nele. Nosso filho já tem 1 ano e 3 meses e eu estou muito triste, a ponto de não ter nem vontade de fazer sexo com meu marido”. 

Querida, diversos acontecimentos podem provocar mudanças profundas na vida sexual de um casal. Muitos contam, por exemplo, que a frequência diminuiu desde que passaram a morar juntos. A gravidez também altera a intimidade entre quatro paredes – de forma passageira ou definitiva, dependendo de como ambos encaram esse período. O primeiro trimestre costuma ser mais complicado para as gestantes, não apenas pelas questões hormonais que interferem na libido, como por conta do cansaço e dos enjoos. Para algumas mulheres, o encantamento com a maternidade e a ansiedade de preparar-se em todos os sentidos (exercícios, enxoval, quartinho, livros de autoajuda) acabam ofuscando o desejo. O sexo perde posições na lista de prioridades. Isso é normal, desde que haja um esforço mútuo para não abrir mão dele por completo.

O receio de que a penetração machuque o bebê vem de alguns mitos populares, mas não tem lá muito fundamento. A não ser que a gravidez seja de risco (sangramentos, abortos anteriores, placenta baixa), o saco amniótico e os músculos do útero protegem o feto. E algumas posições sexuais deixam as grávidas mais tranquilas e confortáveis: os dois de ladinho, por cima do homem, sentando de costas no colo dele… E não há contraindicação para masturbar um ao outro, fazer e receber sexo oral. Desconfio que o problema, muitas vezes, esteja mais no psicológico dos futuros pais do que nas acrobacias impostas por uma barrigona. Há um certo tabu: como um corpo pode gerar algo tão “sagrado” quanto uma vida e, ao mesmo tempo, querer algo tão “profano” quanto o prazer/orgasmo?

Recebo e-mails de homens angustiados porque não conseguem mais falar baixarias na cama desde que a mulher engravidou, como se isso “desrespeitasse” o serzinho em desenvolvimento ali “presente”. Relatos de mulheres cujos parceiros não lambem, sugam e apertam seus peitos porque temem danificar a “fábrica de leite” que proverá alimento para sua prole ou por nojo do que pode vazar dos mamilos. Por isso não me espanta saber que seu marido deixou de fazer sexo oral em você depois de assistir o parto natural – embora eu lamente de verdade! É injusto com alguém que carregou esse filho por tantos meses dentro de si, com todo amor e cuidado de mãe. Mas também acredito que, se pudesse, ele não escolheria essa repulsa, entende? Especialmente se vocês nunca tiveram dificuldade com isso.

O pós-parto, seguido de um ano e meio, costuma ser uma fase delicada para o casal. A mãe está atolada de novas responsabilidades e demandas em relação à criança, exausta pelas noites mal dormidas, muitas vezes com a autoestima baixa pelas gordurinhas adquiridas e pela ausência de vida social. Se ela sequer consegue tomar um banho com calma, como pode relaxar a ponto de pensar em sexo? Se o pai não participa nas tarefas cotidianas nem a ajuda a resgatar seu lado “mulher”, fodeu – ou melhor, não fodeu. Minhas duas recomendações urgentes para você, leitora: tenham uma conversa franca sobre as expectativas e frustrações sexuais, e procurem uma terapeuta sexual. Uma boa profissional conseguirá desconstruir essa imagem “negativa” e “traumática” que ficou no seu marido depois do parto. E eu, se fosse você, não faria mais oral até que ele se disponha a realmente lidar essa questão.

**Este post foi originalmente publicado na coluna da Nath no Yahoo.

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