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“Brochei”: leitor e leitora confessam…

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Jacques Fux, autor de um livro sobre brochadas, jura que isso nunca aconteceu com ele. Nunquinha??? (Foto: Marcos Alves)

 “É bem duro (ou bem mole) aceitar nossas falhas”, disse Jacques Fux em entrevista para minha coluna no Yahoo. Ele é autor do livro Brochadas, que conta episódios reais e ficcionais sobre aquelas situações em que o pau simplesmente desobedece o cérebro. Paumolecência. Mais interessante ainda: traz a tão ignorada brochada feminina. Sim, quando a gente perde o tesão porque o cara foi lerdo ou grosseiro demais, tinha pelos em abundância ou saco depilado, se negou a fazer um oral ou fez desajeitado etc. Cada uma de nós sabe o que seca nossos ânimos e vaginas, né? Os motivos nem sempre são consenso. As atitudes também. Fingimos ou não – há quem fale na cara, que levante e dê o fora.

Pesquei dois emails sobre o assunto e pedi ao Jacques, estudioso deste tabu, que respondesse em meu lugar. Ele aceitou gentilmente o desafio :) Você pode encontrar o livro Brochadas (Editora Rocco) nas maiores livrarias da sua cidade ou aqui e aqui. Achei bem curioso como o tema é tratado há muuuuuuitos séculos e me diverti com as histórias sinceras que Jacques viveu (inventou?). Com a coragem de admitir o inadmissível…

1) Oi. Tenho 32 anos e acabo de passar por uma das situações mais constrangedoras da minha vida. Só tinha brochado com ex-namoradas e, que eu me lembre, por ter bebido demais. Como tinha intimidade com elas, não me senti tão mal porque realmente exagero em churrascos e bares. O problema foi que saí pela primeira vez com uma mina que eu jamais imaginei que me daria trela – linda e gostosa acima da média, na real. A gente se empolgou no carro e acabamos num motel. Pegada louca e meu pau mole. Que vergonha. Eu não conseguia mais me concentrar em nada, nada, nada. Pedi desculpas, ela foi gentil, deixei em casa. Só que agora vive dando desculpas pra não me encontrar. Nath, tô com cagaço de fazer sexo com outra mulher e passar pela mesma coisa. Fico pensando que na hora vou lembrar do que aconteceu e aí já era… Me ajuda! O que eu fiz de errado?

Meu caro colega,

Aqui, quem te responde, é o maior especialista do mundo em brochadas teóricas e práticas (duvido que exista alguém que queira disputar esse título comigo). Fique tranquilo (relaxe bastante, e tente voltar a gozar): suas queixas são muito frequentes e já estão descritas no meu ‘Romance’ Brochadas.

Sim, há muitos relatos de pessoas que por idealizar demais a mulher, não conseguiram preencher (literalmente) as próprias expectativas e nem as que imaginavam ser as da parceira. Milhares de coisas passam pela suas cabeças, e elas resolvem funcionar em tempos diferentes, não é? Você não está sozinho. Imagine, até Santo Agostinho escreveu sobre isso: “Às vezes, o desejo nos controla sem ser convidado. Já em outros momentos ele abandona o amante e, embora você arda de desejo, o corpo se torna frígido.” Acho que a única forma de você vencer essa sua brochada é levar na brincadeira, aceitar que isso é normal, acontece, que todos somos humanos e falhos…, e bola para frente que muitas sucessos e fracassos ainda te esperam.

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Lançamento deste ano pela Editora Rocco (Foto: Divulgação)

2) Nath, você tem que me dar uma luz. Tive pais conservadores e passei minha adolescência travada em relação ao sexo. Descobri o primeiro orgasmo aos 25 anos, me masturbando, e decidi que não iria mais perder tempo. Acho ridículo esse preconceito de “mulher pra casar”, dou mesmo pra quem eu quiser, não tenho nojinho no sexo! Não aguento homem que não sabe chupar ou se recusa, por exemplo. Brochante, meu!!!!! Eles não se tocam que a gente também brocha e finge pra disfarçar? PQP…

Prezada colega,

Tomo a liberdade de responder seus lamentos. Sou escritor e acabo de lançar o Brochadas, que trata sobre esses e outros questionamentos, mas de uma forma literária, artística e ficcional. Sim, há relatos de homens que não gostam de praticar sexo oral e que também não tem sensibilidade nenhuma para conhecer o desejo da mulher. Uma pena, não é?

Você não é a única a reclamar e se chatear por isso. Uma personagem do meu livro – oráculo das brochadas, escreve assim: “Nós, mulheres, muitas vezes dissecadas, pesquisadas e endemoniadas, contamos com a maravilhosa possibilidade literária do fingimento. Sim, somos as verdadeiras e únicas poetas possíveis. Possuímos o estupendo dom de fingir completamente a dor que, de fato, sentimos. Podemos sentir (e simular) muito mais prazer. Como escreveu Hilda Hist, talvez sobre algumas de nossas pequenas vantagens: “uma vagina em repouso tem por si só vida, pulsão, cor. Já um caralho em repouso é um verme morto”.

O encontro é difícil. Laborioso. Surpreendente. Esse encontro entre almas feridas, maltratadas, ressentidas; e entre corpos distantes, distintos, ilusórios é raro… mas pode acontecer. Boa sorte!

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Comentários
  • É muito legal ler histórias sobre tal assunto, mesmo porque não é preciso identificar-se com elas e, mesmo se identificando, resta-nos a lição de graça e oportuna!!

    4 de dezembro de 2015

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